1. |
Andar de Trem
03:17
|
|
||
Pra quê tanto carro?
Pra quê?
Eu queria andar de bicicleta
E dar um rolê de rolemã
Cruzar a rua sem medo
Circular tranquilo de busão
Eu queria era fugir dessa confusão
Descer de caiaque pro Rio
Correr o Sertão de balão
Passear em Belém de camelo
Eu queria andar de trem!
|
||||
2. |
Dragão
03:09
|
|
||
Fiz um desenho na palma da mão
Palmas pra mim: um dragão!
E agora na estória sem fim
É bem assim meu dragão:
Patas, unhas afiadas
Asas usa meu dragão
Dentes parecendo espadas
Velho como um ancião
Fogo sai pelas narinas
Pega fogo em minha mão
Fera que não teme nada
Só tem medo de sabão
E quando eu lavar a mão
Para onde ele vai?
E o que fica dele então
Quando a tinta se esvai?
|
||||
3. |
O Leão
02:20
|
|
||
O leão é o rei da montanha
O leão é o rei da floresta
O leão é o mais forte, o mais gato, o mais grandão
Mas quando chega a patroa
A leoa quando chega de mansinho
O leão é o mais meigo, o mais safado, o mais bonzinho
|
||||
4. |
Na Corda Bamba
03:10
|
|
||
Na corda bamba
O palhaço se inflama
Reclama demais
Não mede o passo
Percebe o descaso
Da corda aos seus pés
Bobo não é de ficar lá de pé sobre a multidão
Brinca, pula, canta, chora, traz o riso,
Mas a corda bamba, pro palhaço, é demais!
|
||||
5. |
A Jia
01:02
|
|
||
Era antigo o açude
Uma jia gira
E a águaguaguagua
|
||||
6. |
Lua-Gira-Sol
02:23
|
|
||
Lua uva
Lua nova
Lua noiva
Ô luar!
Lua seda
Me arpeja
Me palmeja
Ô luar!
Ô gira sol, gira luar...
Gira, gira, girassol
Gira luar
Gira, gira, girassol
Gira luar
Girou...
|
||||
7. |
O Rouxinol
03:01
|
|
||
Joguei no céu o meu anzol
Pra pescar o sol
Mas tudo o que eu pesquei
Foi um rouxinol
Levei-o para casa
Tratei da sua asa
Ele ficou bom
Fez até um som
Cantando um rock com um toque diferente
Dizendo que era um rock do oriente pra mim
Depois foi-se embora
Na boca da aurora
Pássaro de seda
Com cheiro de jasmim
|
||||
8. |
Macacada
03:12
|
|
||
Quero viver no topo do mundo
Quero estar lá nem que por um segundo
Eu quero ver meus buracos na terra
Quero traçar com minúcia o mapa das sendas
Macacada, desvenda meus olhos!
Macacada, me quebra esse galho!
Quero sentir o cheiro do vento
Quero o arrepio dos cantos do alto
Ir pelas copas distantes e ver qual que é
Qual Ícaro ter a vertigem do mundo aos meus pés
Macacada, me manda pro espaço!
Macacada, me quebra esse galho!
|
||||
9. |
Ninja
03:38
|
|
||
Brinque, imagine, finja
Que você é como um ninja
Rápido como o vento
Forte como o trovão
Dizem que vem da China
Outros falam que do Japão
Pula mais do que um sapo
Mais do que um canguru
E é tão silencioso
Quando luta Kung-Fu!
|
||||
10. |
Moda do Sapo
01:39
|
|
||
O sapo era girino
O rei era menino
Depois de um tal cortejo
Se veio aquele beijo...
O sapo, rei virou
E o menino girinou
E o povo se adiantou:
- Pode um sapo rei?
Após o assucedido
Em busca do menino
A princesa se espantou
Ao vê-lo ali no chão
Piscando para a garota
Compondo verso e prosa
E o povo se admirou:
- Pode um sapo cantador?!
E o povo decretou:
- O sapo é sangue azul e o menino é o rei do cururu!
|
||||
11. |
Olho da TV
02:32
|
|
||
Óculos de grau pra parecer normal
Óculos de sol combinam com rock'n'roll
Olha a armação, olhos abertos, atenção!
Óculos 3D, as coisas pulam em você!
Tudo pode ser tão diferente
Depende de como se vê
Nem tudo é igual a o que aparece
Dentro do olho da TV
Olho no olho da TV, fique ligado!
Têm programas que não valem um centavo furado
É novela das 6, das 7, das 8, quem é que aguenta?
Ainda assim, muito adulto deslumbrado não se atenta
Sei que por ali a gente não se vê
É a lente que nos diz o que pensar e o que fazer!
Mesmo ao vivo e a cores
As alegrias e dores
Pelo olho da tela azul
Jamais são como a olho nu!
|
||||
12. |
Polvo Paul
03:23
|
|
||
Polvo Paul, meu camarada,
Faça a sua previsão
Olho vivo na jogada
O destino em suas mãos
Se eu tivesse em casa um cara como o Polvo Paul
Levaria a vida como um jogo só gritando gol
Na partida do recreio: gol!
A lição de matemática: gol!
O presente de aniversario da Helô: gol!
A prova surpresa de português: gol!
|
||||
13. |
Etezim
02:54
|
|
||
Meu pestinha nenezim
Cara toda lambuzada
Se me der um abracim
Não preciso de mais nada
Chego atrás sem que me note
No cangote um chamego
Pula doido num pinote
Toda vez que me aprochego
E no berço tem espim
Nosso colo é pura brasa
Formigueiro no carrim
Andador ficou com asa
Meu pestinha querubim
Se eu soubesse que tu vinhas
Se eu soubesse que era bom assim
Bem mais do que eu esperava
Meu pestinha bonitim
Tua cara lambuzada
Tua cara de beicim
Tua cara deslavada
Os teus olhos, Etezim
Duas pérolas-galáxias
Nos teus olhos eu mergulho em mim
Me levam para casa...
|
||||
14. |
Vovozinho Moço
01:40
|
|
||
Domingo, o Velho Vovozinho
Gemia cansado...
Mas tem um cantinho da casa
Como um céu avarandado
O Vovô estende os braços
Em longa preguiça
E na mansa rede esparrama
Sua velha vida
Um bocejo estremece seus ossos
E ele ensina aos olhos
A alegria de rever moças
Tantas memórias
Trabalhou tanto, toda a vida!
Desde a mocidade!
Descansa num sonho, Vovozinho moço
Nas mansas memórias!
|
||||
15. |
O Som da Noite
04:48
|
|
||
O som que faz a noite é bem baixinho
Parece que a parede empurra o ar
Parece que eu fiquei pequenininho
E que meu peito pode até parar
O som que faz a noite é diferente
A gente sente o tempo devagar
Tem som no ar e som dentro da mente
Tem som concreto e som de imaginar
Parece que é o cachorro do vizinho
Ou será o lobo mau a me espreitar?
Será uma risada ou será um grito?
Gambá? Coruja? Gato? ET? Sei lá...
O som que faz a noite é como o vento
O som do pensamento a viajar
O toque bem contido de um instrumento
Um bumbo no meu peito a batucar
|
||||
16. |
O Tear
03:38
|
|
||
No tear
Fios de arte a fiar
A colcha de retalhos mais vulgar
Nos desafiando, dando sarna pra coçar
Botando a cuca para funcionar
No tear
Um tesouro sem valor
Difícil de pegar feito vapor
Vejam seu recado costurado todo a mão
Que some feito bolha de sabão
Não, não...
Se me escondo sob o cobertor
Bem profundo sonho
Num segundo posso costurar
Mundos sem tamanho
No pomar
Muitas frutas pra comer
Cuidado pra barriga não doer
É preciso calma e também concentração
Pra não trancar a alma num porão
Sem falar
Das coisinhas do amor
Que são delicadinhas feito flor
Ê amor danado que não deixa o coração
Em paz nem por um dia em um milhão
Não, não...
Quando um fio tece o que dizer
Nem se desconfia
Que se a arte pode costurar
Tudo se recriará!
|
Angudadá recommends:
If you like Angudadá, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp